segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida



Introdução : sabendo mais sobre Aids e HIV
A sigla Aids significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O vírus da Aids é conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreção vaginal e no leite materno das pessoas infectadas pelo vírus. Objetos contaminados pelas substâncias citadas, também podem transmitir o HIV, caso haja contato direto com o sangue de uma pessoa.

Após o contágio, a doença pode demorar até 10 anos para se manifestar. Por isso, a pessoa pode ter o vírus HIV em seu corpo, mas ainda não ter Aids. Ao desenvolver a Aids, o HIV começa um processo de destruição dos glóbulos brancos do organismo da pessoa doente. Como esses glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico ( de defesa ) dos seres humanos, sem eles, o doente fica desprotegido e várias doenças oportunistas podem aparecer e complicar a saúde da pessoa. A pessoa portadora do vírus HIV, mesmo não tendo desenvolvido a doença, pode transmiti-la.

Formas de Contágio

A Aids é transmitida de diversas formas. Como o vírus está presente no esperma, secreções vaginais, leite materno e no sangue, todas as formas de contato com estas substâncias podem gerar um contágio. As principais formas detectadas até hoje são : transfusão de sangue, relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas ou objetos cortantes que possuam resíduos de sangue. A Aids também pode ser transmitida da mão para o filho durante a gestação ou amamentação.

Principais Sintomas da Aids

Como já dissemos, um portador do vírus da Aids pode ficar até 10 anos sem desenvolver a doença e apresentar seus principais sintomas. Isso acontece, pois o HIV fica "adormecido" e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo. Quando o sistema imunológico começa ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir os primeiros sintomas. Os principais são: febre alta, diarréia constante, crescimento dos gânglios linfáticos, perda de peso e erupções na pele. Quando a resistência começa a cair ainda mais, várias doenças oportunistas começam a aparecer: pneumonia, alguns tipos de câncer, problemas neurológicos, perda de memória, dificuldades de coordenação motora, sarcoma de Kaposi (tipo de câncer que causa lesões na pele, intestino e estômago). Caso não tratadas de forma rápida e correta, estas doenças podem levar o soropositivo a morte rapidamente.

Formas de Prevenção

A prevenção é feita evitando-se todas as formas de contágio citadas acima. Com relação a transmissão via contato sexual, a maneira mais indicada é a utilização correta de preservativos durante as relações sexuais. Atualmente, existem dois tipos de preservativos, também conhecidos como camisinhas : a masculina e a feminina. Outra maneira é a utilização de agulhas e seringas descartáveis em todos os procedimentos médicos. Instrumentos cortantes, que entram em contato com o sangue, devem ser esterilizados de forma correta antes do seu uso. Nas transfusões de sangue, deve haver um rigoroso sistema de testes para detectar a presença do HIV, para que este não passe de uma pessoa contaminada para uma saudável.


Gel vaginal com remédio reduz casos de Aids em até 54%, aponta estudo

Um gel de aplicação vaginal foi eficaz contra o vírus da Aids pela primeira vez na história das pesquisas de métodos preventivos contra o HIV e após vinte anos de tentativas. Segundo o estudo sul-africano, divulgado na revista científica Science, mulheres que usaram adequadamente o produto, que leva 1% do medicamento antirretroviral tenofovir, tiveram uma redução de 54% na incidência de infecção.
No geral, contando mulheres que falharam no uso do gel, as infecções diminuíram 39%, mostrou o trabalho. A instrução era a de que uma dose fosse aplicada na vagina menos de12 horas antes da relação sexual e outra, no máximo 12 horas depois.
Para se ter uma ideia da importância do resultado, a performance foi melhor que a de testes recentes de uma vacina contra o vírus, que ganharam repercussão mundial com uma redução de 31% das infecções. Uma simulação matemática indicou que, se os níveis de eficácia do gel de tenofovir se confirmarem, apenas na África do Sul seu uso poderá salvar pelo menos 820 mil vidas ao longo de 20 anos.
Além disso, o desenvolvimento de microbicidas poderá ser um importante passo para dar mais poder às mulheres na prevenção da Aids. Eles podem ser controlados pela mulher, independentemente da vontade dos parceiros. Estudos demonstram que as desigualdades entre gêneros levam a dificuldades na negociação do uso do preservativo masculino, principal ferramenta de prevenção ao HIV.
Os líderes do estudo, pesquisadores do Centro de Pesquisas sobre Aids da África do Sul, destacaram que a incidência de infecções ainda é alta. E que o gel é uma nova arma com resultados promissores, mas que precisará ser usada junto com um conjunto de estratégias, incluindo os preservativos. Eles apontaram também dificuldades para adesão ao uso do produto e enfatizaram que a amostra de 889 mulheres é pequena. Por fim alertaram que não é incomum que um resultado positivo inicial acabe desmentido em novos testes.
"Espero que esse não seja o caso aqui", disse Salim Abdool Karim, em entrevista transmitida para a conferência internacional de Aids que ocorre em Viena, o mais importante evento sobre o tema. "Mas eu gostaria de ver novos estudos", continuou o pesquisador, que trabalhou ao lado da mulher, Quarraisha Karim.
Os pesquisadores reconhecem ainda que poderão enfrentar críticas quanto à ética de reproduzir o experimento com placebo, já que isso envolverá negar a participantes o acesso a um produto que pode protegê-las.
Apesar das ressalvas, Karim comemorou os resultados. "Vamos fazer uma dança feliz", brincou com jornalistas.
O trabalho dos pesquisadores recebeu apoio dos governos da África do Sul e dos Estados Unidos, além de participação de pesquisadores da Universidade Columbia, de Nova York, e de Kwa-Zulu Natal, em Durban, África do Sul. Não houve participação direta da indústria farmacêutica. A fabricante do tenofovir, a Gillead, apenas cedeu a droga sem a cobrança de royalties.
Avanço
Segundo o infectologista Esper Kallas, da Faculdade de Medicina da USP, o grupo é um dos mais respeitados do mundo e o trabalho significa "um salto", "uma nova avenida para novos estudos".
"Mas isso é adicional, não vai tirar a camisinha do arsenal de prevenção", diz. Kallas explica que o trabalho poderá trazer uma nova alternativa para mulheres que têm dificuldades para negociar o uso do preservativo. "O fato de mostrar o benefício não significa que isso será distribuído do dia para a noite pelos governos. É preciso discutir quem são os candidatos ideais para recebê-lo", continuou.
"Estamos avançando na proteção da mulher. Mas os 46% que contraíram o HIV mesmo usando o gel são significativos e ainda há outras doenças sexualmente transmissíveis", disse Jenice Pisão, fundadora do grupo Cidadãs Positivas, de apoio a mulheres que vivem com o HIV.
O gel, se tiver a eficácia confirmada, não deve chegar ao mercado antes de dois anos. Em termos de segurança, não causou efeitos negativos significativos. Os mais frequentes foram diarreia leve. Uma mulher morreu possivelmente em decorrência de efeito adverso.
Para lembrar
Vários recursos médicos e farmacológicos vêm sendo testados na luta contra o HIV. O principal método de prevenção comprovado continua sendo o uso de preservativos nas relações sexuais.
Após uma onda de fracassos em pesquisas sobre vacinas e géis microbicidas com outras substâncias, o sucesso de um teste de imunizante foi comemorado em setembro do ano passado, mas também com a ressalva de que não poderá ser utilizado como método isolado. Já a circuncisão masculina reduziu a incidência de Aids em 57% nos testes. Estão em testes ainda o uso de antirretrovirais por via oral para prevenir a infecção em diferentes grupos.
Segundo Esper Kallas, da USP, há resistência das próprias farmacêuticas na aplicação das drogas para prevenção, pelo temor de processo em caso de falhas e também em razão de redução dos lucros. "Prevenir é mais barato."
Referência: KARIM, Q. A. et al. Effectiveness and Safety of Tenofovir Gel, an Antiretroviral Microbicide, for the Prevention of HIV Infection in Women. Science. Research Articles, published online July 19, 2010. DOI: 10.1126/science.1193748. Para acessar a íntegra deste artigo, clique aqui.


Tratamento

Infelizmente a medicina ainda não encontrou a cura para a Aids. O que temos hoje são medicamentos que fazem o controle do vírus na pessoa com a doença. Estes medicamentos melhoram a qualidade de vida do paciente, aumentando a sobrevida. O medicamento mais utilizado atualmente é o AZT ( zidovudina ) que é um bloqueador de transcriptase reversa. A principal função do AZT é impedir a reprodução do vírus da Aids ainda em sua fase inicial. Outros medicamentos usados no tratamento da Aids são : DDI ( didanosina ), DDC ( zalcitabina ), 3TC ( lamividina ) e D4T ( estavudina ). Embora eficientes no controle do vírus, estes medicamentos provocam efeitos colaterais significativos nos rins, fígado e sistema imunológico dos pacientes.

Cientistas do mundo todo estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a Aids. Porém, existe uma grande dificuldade, pois o HIV possui uma capacidade de mutação muito grande, dificultando o trabalho dos cientistas no desenvolvimento de vacinas.




Você sabia?

- Dia 1 de dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

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